sexta-feira, 23 de março de 2012

História de superção de um deficiente visual

Jovem de 24 anos, nascido em Sergipe, toca instrumentos, é formando em jornalismo, tem blog na internet e comenta partidas de futebol direto do campo

                                           
Lucas Aribé Alves, 24 anos de idade, é deficiente visual, mas não deixou a limitação impedir seu sucesso. Aprendeu o sistema Braille aos quatro em uma escolinha de sua cidade. Foi jogador de basquete e é campeão de dominó. Alem disso, toca vários instrumentos musicais, é formado em jornalismo em uma universidade particular. Mas o que mais impressiona em Luca é sua habilidade para comentar partidas de futebol direto do local do jogo.

Lucas nasceu com glaucoma e por isso seu campo visual ficou muito limitado. Ele conviveu a vida inteira com cinco por cento da visão de apenas um olho.
- Eu gostava de ficar com o olho bem pertinho da tela, eu conseguia ver o verde do gramado e alguns vultos assim dos jogadores correndo. eu não conseguia ver a bola e nem a trave, bem menor e meu angulo visual não permitia.
Mas por conta de uma operação frustrada no início do ano lucas ficou totalmente cego. Se ele sente depressão?

- Eu te digo com tranquilidade que eu realizo tudo que eu quero, não tem nada que me falta, eu tenho saúde, emprego, segurança, amigos, tenho uma familia muito espetacular, tenho minha namorada, meu emprego, minha profissão, não me falta nada nesse momento, nada que não esteja ao meu alcance!

Lucas diz que não falta nada. Talvez dirigir um carro, mas ele prefere zelar pela vida das pessoas. Mas dirigir um espetáculo ele consegue. Toca piano sozinho para uma platéia sem a menor dificuldade. O sergipano ainda mostra habilidade no violão, na flauta e na sanfona. Podemos dizer que ele é um "showman".
- A história de lucas é uma marco na história da pessoa cega aqui no nosso estado, porque antes a gente só via a pessoa cega pedindo esmola e não tinha uma vida normal, comum. Lucas é totalmente independente. Eu até peço a ele para deixar eu fazer alguma coisa porque ele não deixa eu fazer mais nada, ele faz tudo sozinho - conta sua mãe


No celular de Lucas, um sintetizador de voz o ajuda a ter varias facilidades:


- No meu celular eu tenho gravador de voz, video, e-mail, acesso a internet, contatos, calculadora.

Na internet, Lucas escreve um blog semanal sobre esportes que possui ha seis meses. Ele digita em um computador especial para deficientes e afirma que adora escrever e que já participou de colunas.

Em seu quarto, tudo muito organizado. Lucas deixa as coisas em locais estratégicos e sempre lembra onde elas estão. Lá não pode faltar o rádio, seu companheiro fiel para acompanhar partidas de futebol.


- Tudo gira em torno da audição. Eu tento ouvir atentamente a narração do locutor esportivo e os complementos do repórter e também acompanho a manifestação da torcida, e também se a torcida está triste, eufórica, preocupada, tudo dá pra fazer pela audição.
Lucas se apoia no narrador, que se preocupa em colocar os jogadores na melhor posição do gramado e sempre frisar bem os minutos para ele fazer o comentário com perfeição. Outro segredo está em sua máquina de braille, onde ele anota todos os lances da partida, além da escalação e dos cartões, como todo bom jornalista.Em uma final do Estadual Sergipano de Masters, Luca consegue até mesmo advinhar, em seus comentários, os gols que vão saindo. O empate. A virada. E ali, na beira do campo, acaba por se tornar a verdadeira atração do jogo.
- Esse é o meu quinto jogo ao vivo aqui no gramado! muito obrigado por esse carinho e por vocês acreditam na minha participação vocês estão de parabéns - diz Lucas.
Ana Aribé, sua mãe, sintetiza o que exemplo que Lucas é:
- Ele não é primeiro um cego, ele é primeiro uma pessoa, um cidadão... depois ele é cantor, é músico e lá no fim tem a deficiência... o que é relevante é o que uma pessoa pode oferecer!
                                                                                                                    Bianca Lima n° 06

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