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São exemplos assim que
devemos seguir, temos que está disposto para lutar diante das nossas limitações
porque pessoa assim que é fonte de inspiração para continuar em frente...
“Em janeiro de 1993, vinha da casa de uma amiga no Castelo Branco e passou uma pessoa em um bugre amarelo, atirando para todos os lados e um dos projéteis pegou na minha coluna. Assim que levei o tiro deixei de andar. Em nenhum momento fiquei inconsciente, fiquei lúcido e já veio aquilo na minha cabeça. Quando cheguei na frente do hospital falei: Mãe, acho que não poderei mais surfar, jogar basquete”.
“Em janeiro de 1993, vinha da casa de uma amiga no Castelo Branco e passou uma pessoa em um bugre amarelo, atirando para todos os lados e um dos projéteis pegou na minha coluna. Assim que levei o tiro deixei de andar. Em nenhum momento fiquei inconsciente, fiquei lúcido e já veio aquilo na minha cabeça. Quando cheguei na frente do hospital falei: Mãe, acho que não poderei mais surfar, jogar basquete”.
Na época, Jean tinha 19
anos, e cerca de um ano antes havia sido aprovado no concurso da Polícia
Militar da Paraíba. Naquele dia estava de folga e por isso não pôde ser
reformado com uma patente mais alta. Foi para a reserva como soldado mesmo.
Ele também lembra que foi
naquele momento que soube quem eram seus amigos de verdade: “Posso te falar que
95% se afastou, mas os 5% que ficaram até hoje são meus amigos”.
Após deixar o hospital, Jean
Klaud foi para Brasília (Hospital Sarah) fazer tratamento com o pensamento de
voltar a andar. Contudo, já no primeiro contato com a fisioterapeuta, ao dizer
que estava lá para recuperar os movimentos da perna foi questionado:
“Ela falou que foi lá para
me reabilitar e fazer, daquilo que fazia antes, o máximo que pudesse, mas não
para voltar a andar. Com apenas 19 anos era tudo novo e difícil. Tive que
reaprender tudo novamente. Conheci pessoas de todo o país que estavam na mesma
situação que eu ou até pior e vi que não era o fim.
A volta por cima através do esporte...
Foi nesse momento que
resolvi voltar ao esporte”, passou a praticar basquete em cadeira de rodas no
próprio hospital Sarah e reaprendeu tudo: desde calçar um tênis até entrar e
sair de um carro.
Cinco meses depois, de volta
a João Pessoa, entrou na equipe de basquete da Universidade Federal da Paraíba
(UFPB) e cerca de dois anos depois sentiu o peso do preconceito de forma mais
dura. Ao questionar o então treinador do time sobre o motivo deles não viajarem
para disputar competições, a resposta foi seca:
“Não vamos porque dá
trabalho”.
Aquele foi o último dia de
treino de Jean pela equipe. Depois disso, nunca mais voltou lá e logo em
seguida recebeu um convite para treinar em uma equipe do Recife. Vários atletas
seguiram seus passos, deixaram a UFPB e o time acabou. Passou um ano na capital
pernambucana e chegou a ser até campeão sul-americano.
De volta a João Pessoa,
montou uma microempresa e se instalou de vez na Paraíba. Foi então que em 1998
conheceu Jaílton Miranda em uma oficina realizada no Unipê. Naquele encontro
surgiu a idéia de criar uma equipe de basquete em cadeira de rodas na Vila
Olímpica Ronaldo Marinho. Jean começou a reunir os jogadores da época em que
jogava na UFPB e o projeto cresceu.
Enquanto alguns atletas já
estão em quadra realizando o aquecimento antes do início do treino, um outro desce
os lances de arquibancada do ginásio da Vila Olímpica Ronaldo Marinho de forma
lenta e cadenciada. Sem o movimento das pernas, ele senta no chão e começa a
descida dos degraus. Conta apenas com o auxílio de duas almofadas, que ele
mesmo alterna entre os degraus para não sujar a roupa. Quando chega ao último,
senta-se na cadeira de rodas para o treinamento e se apresenta:
Aos 35 anos, Jean Klaud é
jogador da seleção paraibana de basquete em cadeira de rodas e tem no currículo
os títulos do Campeonato Brasileiro e Sul-americano, além do Norte-Nordeste,
sendo este último invicto. Atualmente, ele se divide entre os treinos no antigo
Dede e as atividades na recém-criada Associação Atlética dos Portadores de
Deficiência Física (AAPD).
Atualmente, o time treina
diariamente no ginásio do Dede e já tem alguns títulos importantes: Campeão do
Norte-Nordeste, de forma invicta, e Campeão Brasileiro da Segunda Divisão.
“O esporte representou a
vitória. Hoje posso dizer que sou vitorioso, pela minha luta, força de vontade,
pelas pessoas que me ajudaram. Foi assim que me mantive até hoje. Como não
posso mais andar com as pernas, toco a cadeira e chego onde quero”.
Além disso, aconteceu o fim
de um relacionamento de 7 anos de namoro.Talvez ela não tenha assimilado a
situação, não entendeu, enfim, acho que houve o desgaste e acabou.
Por outro lado foi bom, pois
conheci Katarina.
“No início, as pessoas
perguntavam como Katarina namorava um cara em uma cadeira de rodas e ela me
defendia. Falavam que eu não poderia ter filhos, que tinha ficado impotente,
essas coisas. Hoje temos uma filha(Bruninha) e já estamos pensando em ter outro
no ano que vem.
O objetivo agora é ir mais
além. Ele é diretor de esportes da AAPD/PB e iniciou uma nova luta: a
construção de uma Vila Olímpica adaptada aos paraatletas.
Andrezza Fiaiz Nº04
Andrezza Fiaiz Nº04
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